“A mãe suficientemente boa é aquela que se torna desnecessária.”
Donald Winnicott
Neste dia da mãe quero falar sobre a maternidade real e saudável, sem o peso da culpa e da perfeição inatingível.
Amar é verbo, assim como maternar. Ou seja, é uma ação, uma prática, é construída no dia-a-dia, no desenvolvimento da relação que se estabelece com um filho.
Não existe instinto materno, maternar é um aprendizado como qualquer outro, não há uma única forma de o fazer, assim como uma mãe nunca é igual a outra, nem a mesma com um outro filho. Mesmo que uma mulher tenha muitos filhos, com cada um deles a construção da maternidade será diferente.
Não se compare, não esqueça de quem é para além da maternidade. A criança aprende com o exemplo, cuidar de ti é a maior demonstração de afeto que uma mãe pode oferecer, pois só se pode dar aquilo que se tem, não há como cuidar bem de um outro esquecendo de cuidar de ti própria.
Ser mãe não é sobre perfeição.
É sobre presença, afeto e construção.
Uma mãe suficientemente boa não tenta ser tudo, o tempo todo. Ela sabe que criar um filho é preparar o caminho para que, um dia, ele siga sem precisar que ela esteja sempre lá. E está tudo bem com isso. É mesmo assim que deve ser!
Nem sempre vais acertar.
Nem sempre vais ter respostas.
E isso não te torna menos mãe — torna-te humana.
A culpa aparece quando acreditamos que devíamos fazer mais, ser mais, dar mais. Mas muitas vezes, o que os filhos mais precisam é de espaço para crescer, errar, aprender… e encontrar-se, sabendo que se for necessário há um colo de mãe à espera.
Há mães que não conseguem sentir um amor à primeira vista e culpam-se muito por não conseguirem vivenciar aquilo que outras descrevem.
Devido a esta culpabilidade, não conseguem perceber que se tornaram ou podem vir a tornar-se mães extraordinárias mais tarde.
Uma mãe pode não conseguir adaptar-se bem a determinadas fases do desenvolvimento da criança e está tudo bem, não és menos mãe ou menos importante para ao teu filho por isso.
Há mães que estão mais confortáveis a corresponder às necessidades dos bebés, há outras que sentem-se mais seguras apenas na primeira e/ou na segunda infância da criança, e outras que na adolescência são as grandes parceiras dos filhos.
Para ser uma boa mãe não é preciso ser a melhor em tudo, o tempo todo. Cada fase traz novos desafios e em cada um deles, a mãe também tem a possibilidade de se redescobrir.
Não carregues o peso de ser perfeita.
A maternidade é uma relação que se constrói, dia após dia, com amor, paciência e, acima de tudo, autenticidade.
Neste dia da mãe, celebra-te como és. Imperfeita, presente e profundamente suficiente!